sábado, 23 de junho de 2012

O DESAFIO



Na escola particular onde trabalhava, dando aulas de Português aos alunos do Ensino Fundamental, as coisas iam de mal a pior, a inadimplência era uma dura realidade, por esse motivo a professora se encontrava naquele momento, desempregada.
No seu quarto, sozinha, pensava nos 15 anos de dedicação ao magistério. Era o que sabia fazer. Era o que amava fazer.
Enquanto as lágrimas escorriam pelo rosto abatido, ela sentia o peso dos seus 40 anos que antes nem pesavam tanto assim.
Agora só restava aceitar o emprego que a mãe de um dos seus alunos, diretora de uma creche, havia lhe oferecido. Não tinha outra saída, precisava pagar as contas que há meses se acumulavam, devido ao salário já há algum tempo, atrasado.
Mas como seria trabalhar numa creche? Nunca trabalhara com crianças tão pequenas. Certamente não conseguiria, seria estressante, não tinha mais idade pra isso. Seus dois filhos já estavam crescidos, um com 25 e outro com 22 anos. Ainda por cima teria que iniciar um curso de Pedagogia.
Não tinha saída, enfrentaria as ferinhas.
Foi para debaixo do chuveiro e deixou que a água fria se misturasse às lágrimas que teimavam em cair. Os pensamentos se embaralhavam na sua cabeça. Respirou fundo, e lentamente começou a enxugar o corpo. Depois, ainda com calma, como quem treina a paciência que a partir de agora sabia que teria que ter, enxugou as lágrimas, vestiu um vestido claro para contrastar com aquela nuvem negra que pairava sobre sua cabeça, anunciando tempestade, usou um pouco de maquiagem para disfarçar a aparência abatida e saiu.
Chegou ao seu destino, entrou na creche, observou o ambiente. Foi recebida por uma das educadoras que a levou para uma sala onde algumas crianças brincavam. Ela parou, olhou em volta e aquele espaço colorido e infantil lhe trouxe um pouco de calma. Lembrou dos bons tempos em que seus filhos quando pequenos, ficavam num lugar como aquele, e como eles aprendiam e se divertiam! Chegavam em casa sempre com muitas novidades para contar.  Observou então que alguns pares de olhos brilhantes  miravam seu rosto com curiosidade. Um sorriso alegre surgiu em cada rostinho. Impossível resistir ao doce encanto daqueles pequeninos. Aos poucos foi se chegando, a educadora saiu e a deixou sozinha com as crianças, ela se apresentou, perguntou o nome de cada uma, depois sentou numa das cadeirinhas que ali estavam, conversou um pouco. Logo foi cercada pelas crianças, uma delas começou a mexer nos seus cabelos, aquele toque suave lhe deu uma sensação de conforto, outra pediu para que lhe contasse uma história..
E a professora que há pouco chorava agora sorria. .


Zezinha Lins

quinta-feira, 21 de junho de 2012

INCLUSÃO NAS CRECHES DAS CRIANÇAS COM NECESSIDADES ESPECIAIS





Cada vez mais a inclusão das crianças com necessidades especiais nas escolas só tem aumentado. Porém continua sendo um grande desafio para essas escolas sejam públicas ou privadas. A inclusão dessas crianças vai além das modificações do espaço físico, é na verdade, uma inclusão que envolve cada educador e toda a comunidade escolar, começando pelo porteiro, equipe de direção e até os próprios pais, não apenas das crianças com necessidades especiais como também os pais das outras crianças. A aceitação das diferenças não deve ser trabalhada apenas na escola, deve fazer parte da educação doméstica.
O educador não precisa se tornar especialista nas diferentes necessidades especiais que são  apresentadas pelos seus alunos, porém, é necessário que ele tenha uma grande sensibilidade e um olhar diferenciado para trabalhar os conteúdos curriculares com essas crianças e com as outras também. Até mesmo porque as crianças consideradas “normais” também têm seu próprio ritmo de aprendizagem. Por isso é preciso ter paciência, não esperar muito, começar sempre com o que a criança já sabe para que ela se sinta estimulada a fazer sempre mais.

 Suzane Daniele Oliveira de Sousa, mãe de Diego portador de necessidades especiais, explicou o que espera da creche ou escola que receberá o seu filho: “Espero que a educadora preste atenção ao meu filho para poder compreendê-lo, pois ele está com dois aninhos mas ainda não fala todas as palavras, porém esta atenção especial não deve ser de forma explícita, para que as outras crianças não percebam algo diferente, ao contrário, aceitem essa atenção como algo natural, afinal de contas cada criança é única e merece atenção especial. É necessário também que os pais colaborem para que seus filhos aceitem e convivam bem com as diferenças. Alguns pais se expressam sobre os coleguinhas dos seus filhos com necessidades especiais como “crianças que criam problemas na sala de aula”. Atitudes como essas são transmitidas para os filhos que certamente irão reagir com rejeição às diferenças”.
Susane também diz que “quando as crianças especiais estão juntas no mesmo espaço elas não questionam as diferenças que existem entre elas, tanto as pequeninas quanto às maiores. Elas simplesmente se aceitam e ficam amigas”.
Diante dessa experiência vivida por Suzane, questiono então o seguinte: por que essa mesma aceitação não acontece numa sala de aula onde todas as crianças são consideradas “normais”? O fato de ser gordinho, magrinho, tímido, distraído, de pele muito clara ou de pele escura, provoca com freqüência, situações de conflito por causa dos apelidos com os quais as crianças são rotuladas pelos coleguinhas. Daí a importância de trabalhar na creche, com as crianças ainda bem pequenas a aceitação das diferenças, sejam elas causadas por algum tipo de deficiência ou não.

Sugestão de atividade para trabalhar as diferenças com crianças de 02 e 03 anos:
Materiais:
-livros velhos e revistas para recorte;
- 02 folhas de papel cartolina;
- tesoura sem ponta;
-cola branca;
-fita adesiva;

Mãos à obra
-Recorte várias figuras de pessoas;
- Espalhe todas as figuras no chão;
- Sugira a construção de dois cartazes, um apenas com as pessoas diferente umas das outras e outro apenas com pessoas iguais
- Com a sua ajuda peça para que as crianças separem as pessoas iguais das pessoas diferentes (chame a atenção para o mínimo detalhe que estabeleça uma diferença, se essa não estiver muito evidente);
- Ajude as crianças a colarem as figuras no seu respectivo cartaz;
-Com fita adesiva afixe os cartazes na parede; (O cartaz com pessoas diferentes ficará preenchido e o outro vazio)
- Promova uma conversa na rodinha sobre o resultado do trabalho, tendo como base a observação dos cartazes.

Sugestões de métodos para trabalhar com crianças de 02 e 03 anos incluindo as crianças com necessidades especiais:
- Para que a criança conheça seu próprio corpo, que tal usar um espelho? Isso fará com que elas se observem e usem bastante as mãos.
- Descreva para a criança tudo o que você está fazendo, para isso use palavras claras e simples.
-A imitação é uma ótima forma de ensinar uma nova habilidade, faça primeiro e depois peça para que ela copie.
-Durante as atividades deixe a criança fazer o máximo por si mesma, porém ajude-a quando for necessário.
-O elogio funciona com um estímulo excelente, portanto elogie tudo o que a criança conseguir fazer, cada nova habilidade experimentada.
- Procure observar bastante cada criança, procure perceber o que ela sabe e entender o que ela pensa.


Zezinha Lins

Sarau da Paquevira

Domingo, 21 de maio, vivenciei uma tarde maravilhosa num lugar lindo com gente linda. Fui convidada por amigos  para participar de um Sarau...