Cada vez mais a inclusão das crianças com necessidades
especiais nas escolas só tem aumentado. Porém continua sendo um grande desafio
para essas escolas sejam públicas ou privadas. A inclusão dessas crianças vai
além das modificações do espaço físico, é na verdade, uma inclusão que envolve
cada educador e toda a comunidade escolar, começando pelo porteiro, equipe de
direção e até os próprios pais, não apenas das crianças com necessidades
especiais como também os pais das outras crianças. A aceitação das diferenças
não deve ser trabalhada apenas na escola, deve fazer parte da educação
doméstica.
O educador não precisa se tornar especialista nas diferentes
necessidades especiais que são apresentadas pelos seus alunos, porém, é
necessário que ele tenha uma grande sensibilidade e um olhar diferenciado para
trabalhar os conteúdos curriculares com essas crianças e com as outras também.
Até mesmo porque as crianças consideradas “normais” também têm seu próprio
ritmo de aprendizagem. Por isso é preciso ter paciência, não esperar muito,
começar sempre com o que a criança já sabe para que ela se sinta estimulada a
fazer sempre mais.
Suzane Daniele
Oliveira de Sousa, mãe de Diego portador de necessidades especiais, explicou o
que espera da creche ou escola que receberá o seu filho: “Espero que a educadora
preste atenção ao meu filho para poder compreendê-lo, pois ele está com dois
aninhos mas ainda não fala todas as palavras, porém esta atenção especial não
deve ser de forma explícita, para que as outras crianças não percebam algo
diferente, ao contrário, aceitem essa atenção como algo natural, afinal de
contas cada criança é única e merece atenção especial. É necessário também que
os pais colaborem para que seus filhos aceitem e convivam bem com as
diferenças. Alguns pais se expressam sobre os coleguinhas dos seus filhos com
necessidades especiais como “crianças que criam problemas na sala de aula”.
Atitudes como essas são transmitidas para os filhos que certamente irão reagir
com rejeição às diferenças”.
Susane também diz que “quando as crianças especiais estão
juntas no mesmo espaço elas não questionam as diferenças que existem entre elas,
tanto as pequeninas quanto às maiores. Elas simplesmente se aceitam e ficam
amigas”.
Diante dessa experiência vivida por Suzane, questiono então o
seguinte: por que essa mesma aceitação não acontece numa sala de aula onde
todas as crianças são consideradas “normais”? O fato de ser gordinho, magrinho,
tímido, distraído, de pele muito clara ou de pele escura, provoca com
freqüência, situações de conflito por causa dos apelidos com os quais as
crianças são rotuladas pelos coleguinhas. Daí a importância de trabalhar na
creche, com as crianças ainda bem pequenas a aceitação das diferenças, sejam
elas causadas por algum tipo de deficiência ou não.
Sugestão de atividade para trabalhar as diferenças com crianças de 02 e 03 anos:
Materiais:
-livros velhos e revistas para recorte;
- 02 folhas de papel cartolina;
- tesoura sem ponta;
-cola branca;
-fita adesiva;
Mãos à obra
-Recorte várias figuras de pessoas;
- Espalhe todas as figuras no chão;
- Sugira a construção de dois cartazes, um apenas com as
pessoas diferente umas das outras e outro apenas com pessoas iguais
- Com a sua ajuda peça para que as crianças separem as
pessoas iguais das pessoas diferentes (chame a atenção para o mínimo detalhe
que estabeleça uma diferença, se essa não estiver muito evidente);
- Ajude as crianças a colarem as figuras no seu respectivo cartaz;
-Com fita adesiva afixe os cartazes na parede; (O cartaz com
pessoas diferentes ficará preenchido e o outro vazio)
- Promova uma conversa na rodinha sobre o resultado do
trabalho, tendo como base a observação dos cartazes.
Sugestões de métodos para
trabalhar com crianças de 02 e 03 anos incluindo as crianças com necessidades
especiais:
- Para que a criança conheça seu
próprio corpo, que tal usar um espelho? Isso fará com que elas se observem e
usem bastante as mãos.
- Descreva para a criança tudo o que você está fazendo, para
isso use palavras claras e simples.
-A imitação é uma ótima forma de ensinar uma nova habilidade,
faça primeiro e depois peça para que ela copie.
-Durante as atividades deixe a criança fazer o máximo por si
mesma, porém ajude-a quando for necessário.
-O elogio funciona com um estímulo excelente, portanto elogie
tudo o que a criança conseguir fazer, cada nova habilidade experimentada.
- Procure observar bastante cada criança, procure perceber o
que ela sabe e entender o que ela pensa.
Zezinha Lins
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