A Concepção de corpo varia no decorrer da história e ganha
sentido socialmente. A distinção de gênero é feita sempre no contexto de uma
determinada cultura e, portanto com as marcas dessa cultura.
O corpo foi e continua sendo construído historicamente.
Através dos seus trabalhos rupestres, o homem primitivo representava o corpo
associado ao medo, a impotência perante os fenômenos da natureza. As posturas,
as posições e expressões dão informações de como eles concebiam o corpo. Na
Idade Média, São Tomás de Aquino uniu corpo e alma, o corpo se transformou em
santuário de Deus. Na Idade Moderna começou a haver uma maior preocupação com a
liberdade do ser humano e a concepção de corpo foi consequência disso: o corpo
sob um olhar científico, objeto de estudos e experiências, o corpo investigado,
o corpo anatômico e biomecânico. Na Contemporaneidade, a preocupação se desloca
para a sexualidade.
O corpo foi e continua sendo tecido e educado ao longo do
tempo, mesmo assim o homem sempre demonstrou dificuldade em perceber de forma
clara e sem preconceito o seu próprio corpo.
A diferença de gênero tem provocado ao longo do tempo vários
conflitos em relação ao papel da mulher
na sociedade. A identidade feminista foi sendo construída, protestada e
assumida, resultando em verdadeiras batalhas contra o preconceito e a opressão,
ações coletivas ou isoladas contra as mulheres. Assim, nesse contexto social e
histórico de lutas, buscas e descobertas, independente do gênero, os sujeitos
vão se construindo e se percebendo mais que um corpo masculino ou feminino.
Zezinha Lins
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